terça-feira, 2 de abril de 2024

Monitor da Academia da Berlinda em João Pessoa - Usando o GANHO para mixar?

 
Olá pessoal.
No dia 16 desse mês, fui fazer o monitor da banda Academia da Berlinda, lá em João Pessoa.
O show aconteceu num espaço bem legal chamado Boteco Lunar.
Quando recebi o convite de Adriano Duprat, diretor técnico da banda, e que também iria fazer o som do PA do show, ele já me adiantou que o palco era pequeno, e que os equipamentos eram de médio porte.
Uma LS9 da Yamaha no monitor (outra no PA), 4 caixas amplificadas da Yamaha (modelos DXR e DBR 12), 2 caixas amplificadas da Behringer  e uma caixa torre (3 vias) da Leacs para a bateria.
Não teríamos caixa de subgrave para a bateria e nem as caixas para o side.
Fiz uma conta rápida e vi que iria faltar monitor para a banda.
Clique na imagem para ampliar.

O normal num show da Academia são 9 monitores mais o sub da bateria, como mostra a foto acima.
E eu já falei com Adriano para colocar no rider técnico mais um monitor para a percussão, porque fiquei no limite em alguns shows que participei.
Dependendo da qualidade dessa caixa de monitor, ela não aguenta os "pedidos" do músico.
Sou de um tempo onde as caixas Leacs eram bem ruins.
A grafia correta do nome é Leác's, mas vamos simplificar, né?
Pois bem...
Como falei seria uma caixa Leacs para a bateria (tipo torre), como essa da foto abaixo.
Ainda conversando com Adriano com relação aos monitores, ele me informou que na percussão iria ter também uma caixa torre da Leacs.
Boa notícia. Já está melhorando...
Melhor que apenas uma caixa simples para fazer o serviço.
Nas minhas contas, eu iria usar as 4 caixas da Yamaha na frente para fazer quatro vias, e iria usar uma das caixas da Behringer para o tecladista.
Mas quando cheguei no palco, vi que tinha mais uma caixa da Yamaha para o tecladista.
Ótimo.
Mesmo se eu quisesse usar as caixas da Behringer no palco, não iria poder, porque foram usadas por Adriano para um "front fill" que não estava nos planos.
Traduzindo front fill para nosso idioma, vamos ter como resposta "preenchimento frontal".
Tradução perfeita, porque usamos o front fill exatamente para preencher sonoramente a parte frontal mais próxima ao palco, onde o som do line array das laterais não consegue chegar.
Na foto abaixo de um gráfico que eu achei na página do meu colega Douglas Barba no YouTube, eu acrescentei as informações em vermelho e verde, para ilustrar o que falei sobre o front fill.
Quem quiser ver a explicação detalhada do Douglas no YouTube, clique AQUI.
Clique na imagem para ampliar.
Mas a notícia não tão boa que recebi antes de seguir para João Pessoa foi que a banda não iria passar o som.
Como todos já sabem aqui, eu sou fã de soundcheck.
Mas nesse show eu não iria fazer.
Mas a gente poderia checar tudo antes do show, que seria o primeiro da noite.
Sabendo disso, fui atrás de uma cena de algum show anterior da banda que eu fiz usando mesas da Yamaha.
Sempre acho que começar com uma cena onde já está tudo equalizado, com gate e compressor onde era pra ter, e os sinais sendo enviados para os monitores dos músicos, vai ajudar nessa situação de não ter soundcheck.
Dando uma olhada no meu pendrive, vi que tinha uma cena de um show anterior, e ainda era de uma LS9!
Nem seria necessário converter.
Puxei essa cena para o editor offline da Yamaha, para dar uma olhada.
Está cada dia mais difícil ver os noticiários na TV, independente do horário!
Até pela manhã, precisa ter fôlego para aguentar tanta notícia ruim!
Difícil...
Mas não foi difícil ajustar a cena para o que eu queria.
Notei que todos os canais e vias estavam no modo PÓS-FADER.
Lembrei que testei esse método nesse show da Academia que aconteceu no dia 11 de junho de 2022!
Fui conferir o input para ver se tinha muitas mudanças.
Mesmo sendo uma cena de um show bem antigo, só tinha uma pequena mudança no input e era fácil de resolver.
Ahhh! Fiz esse novo show usando os auxiliares em pós-fader.
Deixei como estava na cena do show anterior.
Quis testar de novo esse método, porque normalmente uso o pré-fader.
Tenho um medo absurdo de usar em pós, porque já peguei muitas mesas de som com faders com defeitos, onde sobem e descem aleatoriamente.
E acontecendo isso num monitor em pós fader, pode causar um dano absurdo na mix.
Mas resolvi testar novamente.
Com umas mudanças.
Já comecei soundcheck usando cenas de shows anteriores, onde essas cenas vinham com os ganhos do show anterior.
Eu não mexia nisso.
Mas achei que estava complicando mais do que ajudando.
Eram outros monitores, com outros amplificadores, com outros microfones...
E por causa disso, muita coisa chegava muito alto nos monitores.
Resolvi então zerar todos os ganhos nessa cena que levei para o novo show da Academia.
Ahh, também afrouxei os compressores e gates dos canais.
Não desliguei, só relaxei o "threshold", que é o comando onde indicamos quando o processador vai começar a atuar.
Fora isso, baixei na mesma proporção o nível do envio dos canais para todas as vias.
Acho que baixei 2dB em todos os envios, pra não correr risco de chegar muito alto esses sinais nos monitores.
Feito esses ajustes em casa, salvei a cena com outro nome e coloquei no meu pendrive.
Na foto abaixo, a seta preta mostra o arquivo da cena antiga (AB_RABOK), e a seta vermelha mostra o arquivo da nova cena com os novos ajustes (AB_JP).

Clique na imagem para ampliar.
O palco era bem pequeno mesmo.
E a mesa de monitor ficou embaixo, fora do palco, porque não tinha lugar pra ela ficar em cima!
Não dava pra ver direito os músicos lá de baixo, e alguns não dava pra ver de jeito nenhum!
Torci para não ter problemas na conexão wireless da mesa com o iPad.
Foi a primeira coisa que eu fiz, antes mesmo de passar a cena para a mesa de som.
Tudo certo!!! Conexão funcionando perfeitamente.
Mais uma vez fui salvo pelo iPad!
Antes de passar minha cena, sempre salvo a mesa no modo ALL, onde todos os parâmetros e cenas que estão na mesa vão para meu pendrive.
Caso eu faça alguma besteira, posso voltar com todas as configurações e cenas que estavam na mesa antes do meu trabalho.
Mas nada deu errado nesse início, como é o normal.
Passei minha cena tranquilamente sem mexer nas cenas que já estavam lá dentro, e comecei meus ajustes nos monitores.
Todos os equalizadores gráficos das vias estavam zerados.
Chequei todos os monitores, como o ganho de entrada e parâmetros de equalização, que existem em monitores amplificados, deixando todos com os mesmos ajustes.
Na foto abaixo da traseira da caixa DXR12, eu indico o botão de ganho de entrada, e os dois ajustes de equalização.
Clique na imagem para ampliar.
Nos canais de instrumento, não mexi na equalização que usei no outro show, mas nos canais de voz, só deixei ativado o HPF (filtro de grave), zerando o resto da equalização anterior.
E foi pelos canais de voz que comecei meus ajustes no palco.
Lembrando que todos os canais já estavam endereçados para as vias, de acordo com o show anterior.
Fui falando no microfone enquanto ajustava o ganho, e quando chegou num nível legal no monitor, parei de subir com o ganho.
Se o músico pedisse para aumentar qualquer canal, eu tinha bastante sobra na mandada.
Quase não mexi na equalização dos auxiliares (vias), onde basicamente só usei o equalizador paramétrico, sem tocar no EQ gráfico.
Depois de ajustar as vozes na frente, fui para a bateria e usei o mesmo método.
Ia subindo o ganho do canal até o som chegar bem no monitor da bateria, e depois ajustava a equalização do canal (quando necessária).
Só depois disso ajustava o threshold do compressor e gate, caso estivessem ligados, ou se eu achasse que era necessário.
Com a percussão foi do mesmo jeito.
E até me surpreendi com a qualidade da caixa da Leacs.
Fez muito bem o trabalho na bateria e percussão.
No teclado é que foi moleza mesmo.
Nem perigo de microfonia eu corria risco.
Só ajustei o ganho dos dois teclados e corri pro abraço.
Como nos outros canais, o som chegava bem em todos os monitores depois dos ajustes nos ganhos.
Pessoal...
Posso até falar que isso deu certo porque em todos os meus trabalhos no monitor, uso bem o ganho dos canais.
Quando o som chegava bem no monitor, eu olhava para o nível do sinal no iPad, e ele estava como geralmente uso. 
Nem muito alto, com sobra ainda para não clipar, mas muito longe do mínimo.
Depois da posição do microfone, dos ajustes no DI (Direct Box) e depois de conferir se não tem ruído no sinal, o ganho é sempre a prioridade!
Depois vem a mixagem!
Agora minha opinião sobre usar o ganho para mixar.
Eu não uso o ganho para mixar o som do PA de um show.
Nunca!
Sempre ajusto o ganho antes, para depois levantar o fader do canal.
Sempre!
Principalmente em mesas digitais! Mas sempre fiz isso nas analógicas também!
E quando é só uma mesa para fazer PA e monitor, o risco de um grande problema aumenta absurdamente quando o técnico usa o ganho para mixar!!!
Como nesse caso do FITO que relato abaixo, onde a única mesa de som ficava ao lado do palco.
Vi um técnico de uma banda instrumental no FITO ficar desesperado com os pedidos dos músicos no palco, porque ele ajustou primeiro a mixagem do PA usando o ganho e depois foi ajustar a monitoração dos músicos.
Dançou!
Dançou feio!
Muitos canais com o ganho bem abaixo do que deveria ser, e por mais que ele enviasse esses sinais para os monitores, o som não chegava, porque quase não tinha sinal do instrumento no canal.
Aí ele teve que aumentar o ganho de vários canais, e logicamente a mixagem que ele fez para o PA foi literalmente "para o espaço"!
Quando ele subia o ganho para ter um sinal bom (quente) que pudesse enviar para monitores, esse canal ficava muito alto na frente.
O soundcheck foi pura aflição.
Até para mim, que não estava participando.
A mesa era uma Venue, e naquela época não tinha um aplicativo para controlar remotamente essa mesa, o que poderia facilitar a vida do técnico, ou pelo menos diminuiria a aflição.
Nesse dia, ele tentava ajustar os monitores dos músicos ao lado do palco e corria pra frente pra ouvir o som do PA...
Não me recordo direito se ele estava usando os auxiliares em pós-fader, o que seria ainda mais complicado para fazer os ajustes de PA e monitor.
Usando em pós, se ele baixasse o fader para ajustar o som na frente porque teve que aumentar o ganho do canal, esse sinal diminuía nos monitores.
Caos total.
E pela correria que foi, acho que ele estava usando pós-fader mesmo!
Ele colocou todos os faders no ZERO e foi ajustando o ganho para mixar o PA.
Foi bronca.
Voltando ao meu caso aqui do monitor, estou quase convencido que vou continuar usando os auxiliares em pré-fader.
Mesmo que o resultado desse trabalho em João Pessoa tenha sido muito bom. 
Mas... Nesse show, já tinha fader um pouco louco na mesa, que seria um problema caso eu não estivesse com o iPad!
Deixei tudo paradinho na mesa, sem mudar de página de fader, e fiz tudo pelo iPad.
Os pontos positivos do pós-fader num mixagem de monitor, é que o técnico pode baixar ou aumentar um canal rapidamente em todas as vias ao mesmo tempo, ou aumentar o som de um solo de guitarra em um determinado momento para todos os músicos também ao mesmo tempo, usando o fader do canal para isso.
Mas...
Quase certeza que vou continuar com o pré-fader nos próximos trabalhos, mesmo usando esse método do ganho que fiz no show da Academia da Berlinda no Boteco Lunar em João Pessoa.
E sobre o show?
Foi massa!!!

Fiquei todo o tempo em cima do palco, sentado num caixote vazio, que estava ao lado da percussão.
Nesse local eu via todos os músicos, e fiz alguns ajustes leves durante o show.
Para não dizer que não fiz um ajuste mais "pesado", tive que subir bastante o nível geral do monitor do guitarrista Gabriel, e com essa subida, ele pediu para diminuir bastante as vozes de Tiné e Urêa.
O resto foram ajustes pontuais normais de um show, onde Irandê, Tom e Yuri fizeram poucos pedidos.
E nem lembro de Gila me pedir algo nos teclados...
Depois do show fui comemorar no camarim, mas como só tinha cerveja, só consegui beber uma latinha, me esforçando muito!!!!
Resumindo...
Eu não uso o ganho para mixar!!!
Mas... Posso dizer que dependendo do caso, dá pra usar sim!
Um abraço a todos.

terça-feira, 19 de março de 2024

Carnaval 2024 - Consegui me safar do corre-corre. (Será?)

 
Mombojó na Praça do Carmo - Olinda - PE.
Olá pessoal.
Depois da agonia da correria do carnaval do ano passado, eu estava decidido a não passar novamente pelo que aconteceu em 2023.
Só não sabia se eu iria conseguir fazer isso, ou como eu iria fazer isso.
Mas tinha ideia do fator que mais influenciou na correria do ano passado, que foram as duas viagens que eu fiz para fora de Pernambuco.
Eu iria tentar fechar shows somente em Recife e Olinda.
Até para ir fazer shows no interior de Pernambuco complicaria muito na logística, pois além dos horários dos shows, tem os horários das passadas de som.
Notei nesse ano que muitos artistas e/ou bandas não estavam querendo passar o som.
(Eu adoro fazer soundcheck! Viu?)
Isso facilita para os profissionais que são freelancer, onde podem fechar mais de um trabalho por dia, como é meu caso.
Mesmo assim, eu não arrisco em fechar trabalhos em palcos diferentes, mesmo sabendo dos horários antecipadamente.
Por que?
Por que esses horários podem mudar em cima da hora, ou muitas vezes existem atrasos na programação.
Fora isso, ainda tem o grande problema do deslocamento entre os palcos, mesmo se o profissional tem carro.
Tudo é muito complicado nesse deslocamento, como engarrafamentos gigantes, não tem onde estacionar esse carro, ou não pode nem chegar perto do palco com esse carro, como é o caso em Olinda, onde só os táxis podem chegar perto, pois tem um bloqueio a quilômetros de distância do palco principal.
Nem Uber/99 passa!!!
Usar moto? Jamais!!!!!!!
Sei que muitos colegas e amigos da profissão fazem isso, mas eu não tenho mais coragem para tal aventura, e nem acho que vale o risco!
Tenho certeza absoluta que não vou ficar rico por causa de 2 shows, e nem mais pobre porque deixei de fazer 2 trabalhos.
Passo o trabalho para outro, tranquilamente.
Eu até faço mais de um show no dia, mas... Esses shows tem que ser no mesmo palco!
E seria essa a linha de pensamento para fechar meus trabalhos nesse carnaval de 2024.
Eu até usei essa linha de pensamento em 2023, mas acabei fechando shows onde teria que viajar para fora de Pernambuco.
Aí complica duas vezes. Complica a logística do outro dia, e nesses shows fora, normalmente só consigo fazer um show por dia!
Agora em 2024, bem antes das datas do carnaval, fechei antecipadamente quatro shows com a Fina Produção, que responde pelos shows de Siba e Mestre Ambrósio.
Eu só não não sabia dos locais dos shows ainda, e poderia novamente acontecer de ter shows fora.
Só me restava torcer para que todos os shows fossem em Recife e Olinda.
Por isso não aceitei outros convites para trabalhos no carnaval, tive que aguardar pelos locais dos shows de Siba e Mestre Ambrósio.
Show de Siba no Pátio de São Pedro. Recife - PE.

Quando eu fiquei sabendo dos palcos onde eles iriam se apresentar, divulguei para outras produtoras, para algumas bandas e técnicos em que palco eu iria estar nos dias de carnaval.
Todos iriam acontecer em Recife e Olinda!!! (Uh uhhhhhh)
E à partir disso, fechei os outros trabalhos, sempre nos mesmos palcos.
Comecei meus shows do carnaval no dia 4 de fevereiro com a banda Mombojó na Praça do Arsenal.

Show de Mombojó na Praça do Arsenal - Recife - PE.

Mesmo com o soundcheck sendo um pouco corrido, tudo transcorreu bem nesse dia.
Por mim, quero sempre passar o som antes.
Falei um pouco desse show aqui em postagem anterior.
Não vou entrar nos detalhes de cada show, pois minha intenção maior nessa postagem é falar mais da logística, que me ajudou a passar mais suavemente pelo carnaval.
Olhando aqui na agenda dos trabalhos que fiz em fevereiro, vi que acabei nem falando do trabalho no Porto Musical!!!!
Até comentei numa postagem anterior que eu não sabia se iria falar sobre esse trabalho...
Tinha até umas coisinhas para falar desses dois dias de Porto, operando o monitor do evento.
Nenhum artista levou técnico de monitor, como já esperávamos.
Posso comentar que foi muito bom voltar a fazer o evento, onde participei da primeira edição há muitos anos, e de muitas outras que vieram depois, quando era a PA Áudio a empresa responsável pelo sistema de som e luz.
Passei depois um bom tempo sem fazer, e acabei recebendo o convite para fazer o desse ano.
Jemba Groove no Porto Musical - Praça do Arsenal - Recife - PE.

Tenho o maior carinho pelo Porto Musical.
Mesmo com cinco artistas por dia, não tivemos agonia nos dois dias de shows.
A equipe montada por Adriano Duprat era bem "afiada", e tudo transcorreu muito bem.
Recebemos vários elogios dos artistas e bandas que passaram pelo palco.
Muito bom!
Acabei até usando o "Plano X" para a monitoração com inears, coisa que há muito tempo ouvia falar, vários amigos me falaram pra usar, mas eu nunca tinha usado.
Adriano com poucas palavras me convenceu a usar, numa explicação breve antes do soundcheck onde todos da banda iriam usar inears.
(O certo é In-ear, com hífen, mas por preguiça, resolvi juntar tudo. Como faço também com Soundcheck. O correto é escrever Sound Check. Economizo também em Show Time, onde só coloco Showtime.)
Durante o evento, falei para Adriano que nunca mais deixaria de usar o Plano X!!!
Se eu tivesse feito como sempre faço, ainda estaria lá no Arsenal ajustando o som dos inears dos músicos!
Em postagens futuras falo mais detalhadamente sobre esse método, e de como ele facilita o trabalho do técnico de monitor.
Facilitou e muito o meu!!!
Voltando ao carnaval...
Onde parei mesmo?
Deixa eu ver...
Dia 04/02 fiz Mombojó, um dia depois do Porto Musical, e depois fiz Martins no dia 09/02, e nesse mesmo dia fui operar o monitor de Mestre Ambrósio no palco da Praça do Arsenal.
Show de Martins na festa Segura o Briefing - Recife - PE.

Oxe. E eu não falei lá em cima que só fecharia shows no mesmo palco?
Só aceitei fazer esses dois trabalhos no dia 9 de fevereiro porque o show de Martins era bem cedo (17h), e o show de Mestre Ambrósio (MA) estava marcado para começar à meia-noite, a banda não iria passar o som, e o palco era bem próximo do local do show de Martins.
Precisando, eu poderia ir andando até a Praça do arsenal, onde aconteceria o show de MA.
Aí aceitei os dois trabalhos sem medo de acontecer algum problema de logística.
E deu tudo certo mesmo.
Passei um bom tempo ainda aguardando pela hora do show de MA no Arsenal.
Como decidi há muito tempo não trabalhar no Galo da Madrugada, fiquei em casa no dia 10/02 bebendo meu vinho, e vendo toda a agonia pela TV, conversando pelo WhatsApp com os técnicos que estavam trabalhando e passando pelos famosos e já conhecidos "perrengues" no famoso evento com trio elétrico!
Até hoje, nunca me arrependi dessa minha decisão.
Vou parar um pouco aqui, pra ver um jogo da Champions League.
Mais tarde eu volto.
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Vixe!
Hoje já é segunda-feira! (Já estou na terça)
Fiz até um trabalho com a Academia da Berlinda no sábado que passou, operando o monitor do show em João Pessoa.
Devo falar desse trabalho.
Deixa eu ler o texto todo, pra ver o que falei e onde parei...
Ok... Depois de passar o sábado de carnaval vendo a confusão do Galo da Madrugada na TV, me organizei para os shows do outro dia, que seriam no palco do Pátio de São Pedro em Recife.
Eu iria operar o monitor de Alessandra Leão e Otto, e também iria operar o PA do show de Siba.
Só Otto iria passar o som.
Mas depois da apresentação dele no Galo, resolveram que não iriam passar o som no Pátio de São Pedro.
Todo mundo estava completamente esgotado por causa do evento.
Eu já esperava por essa decisão!!!
Nem me assustei.
Show de Alessandra Leão no Pátio de São Pedro - Recife - PE.

Falei então com o produtor de Otto para manter o horário marcado, para eu ir lá passar as coisas no palco, mesmo sem a banda.
Ele adorou a ideia.
Como não tinha um técnico responsável exclusivamente pela plugação dos canais das bandas, que chamamos de "patchman", o diretor de palco me falou que seria um input para todas as bandas.
Mas já no sábado, ele me informou que eu iria ligar o input de Otto, e todas as outras bandas iriam seguir esse input.
Ok. Falei então pra ele que eu iria fazer a cena de Otto em casa no editor offline da mesa de som.
Passei essa cena para a mesa no outro dia, e fui checar todos os monitores e canais que iríamos utilizar no show.
Na hora do show, eu iria fazer os ajustes com a banda tocando.
Marquei todos os monitores, e salvei na biblioteca da mesa de som (PM5D da Yamaha) todas as equalizações de cada monitor (vias) e do side.
Não fiz cenas para os shows de Siba e Alessandra, porque a plugação dos canais iria seguir a plugação dos canais de Otto.
Como eu iria fazer o monitor de duas bandas, consegui convencer a produção de Siba para eu ficar também no monitor, pois já estaria sabendo como tudo estava funcionando.
E assim foi.
Operei também o monitor do show de Siba, que estava programado para eu operar o som do PA.
Com essa cena de Otto feita, fiquei esperando pela hora dos shows.
Não voltei para casa.
Teve até um probleminha no dia, pois um técnico de uma banda não seguiu o que foi acordado, e ligou as coisas no palco de acordo com a cena dele.
Mas nem vou entrar nos detalhes dessa pequena confusão.
Eu só iria começar quando tudo chegasse onde foi combinado.
Nem esquentei muito a cabeça.
E foi assim que eu fiz.
Vou tentar explicar como fiz os três shows.
Lembrando que nenhum dos três teve soundcheck.
Só ajustei os monitores e side ao meu gosto, com o input de Otto, e em cima disso eu iria fazer os ajustes finais com todos os artistas na hora do show!
Todos os monitores estavam marcados, e eles poderiam ir para qualquer lugar do palco, mas sempre com os mesmos cabos que vinham da mesa.
Era só me avisar quem iria usar o monitor.
Não poderia mudar a ligação dos monitores.
Como assim?
Imaginem o monitor 4 recebendo o sinal do cabo da via 6...
O monitor 4 iria receber a equalização que eu fiz para o monitor 6, porque eu salvo a equalização das vias na biblioteca da mesa de som. Já complicava tudo!!! Equalização (EQ) errada no monitor.
O cabo que entra no monitor tem que ser o mesmo da via que vem da mesa.
Monitor 4 recebe o cabo da via 4, e assim por diante.
Nesse caso do monitor 4 com o cabo 6, além da EQ errada, se alguém me pedisse pra aumentar alguma coisa na via 4, que era o número que ele estava vendo no monitor, essa mudança de volume iria para outro monitor, pois esse 4 estava recebendo o sinal da via 6!!!
Rolo grande!!!!
Com ele ligado corretamente, com o cabo com a mesma numeração, que foi o que eu fiz nos ajustes para o show de Otto, era só me falar o número do monitor, que eu anotava qual músico estaria usando aquela via nos outros dois shows.
E foi assim que eu fiz todos os três shows nesse dia no Pátio de São Pedro.
Se não me falha a memória, comecei com Alessandra Leão, depois foi Siba, e no final foi o show de Otto.
Onde era o baixo de Otto, seria o baixo para os outros dois shows, onde era guitarra de Otto, seria a guitarra dos outros, e assim a gente foi montando as cenas dos três shows da noite.
Na hora, checávamos todos os canais e vias, e eu distribuía tudo para os músicos.
Funcionou.
Meu receio é que os artistas decidam não passar mais o som de jeito nenhum no carnaval!
O que eu não acho legal, como já falei várias vezes.
Mas...
Eu até entendo a razão deles. Só não concordo.
No outro dia, seriam três shows no palco da Praça do Carmo em Olinda.
E eu usei o mesmo método do Pátio de São Pedro.
Ou quase o mesmo...
Show da Mombojó na Praça do Carmo - Olinda - PE.

No palco em Olinda teria um "patchman" para fazer as ligações de todas as bandas.
Como tinha patchman no Porto Musical e no Palco do Arsenal no carnaval.
Sandro Delay era o responsável por essas ligações no palco da Praça do Carmo em Olinda.
Ou seja... Eu poderia montar as cenas dos três shows que eu iria fazer, usando o input certinho de cada artista.
Sandro Delay no patch.
Shows de Siba, Mombojó e Otto.
Otto e Siba não iriam passar o som.
Mas tinha hora agendada de soundcheck para Otto e Mombojó.
Fiz a mesma coisa do dia anterior com Otto nesse show dele em Olinda.
Mas...
Usei a cena do show anterior, onde já estava com os envios dos sinais dos instrumentos e vozes para as vias dos músicos!
Era também uma PM5D da Yamaha no monitor do palco na Praça do Carmo.
No horário do soundcheck de Otto, fiz o mesmo procedimento com os monitores e side sem a banda, salvando as equalizações na biblioteca da mesa, e marquei todos os monitores.
Igualzinho como fiz no outro palco do dia anterior.
Mas chequei também vários sinais de vozes e instrumentos nas vias dos músicos, aproveitando que a cena já tinha esses envios de sinais.
Mesmo sem a banda participar do soundcheck, pude adiantar bastante coisas no palco.
(Espero que eles não leiam esse meu texto...)
Quando passei a cena de Otto logo que cheguei no palco, passei também a cena de Siba e de Mombojó.
A cena de Siba era a mesma do show no Pátio de São Pedro?
Não.
Porque lá não foi respeitado o input list do artista.
Os canais foram ligados fora da ordem.
Mas aproveitei a cena de Mombojó do show na Praça do Arsenal, porque o input seria igual nos dois shows.
Como Mombojó foi passar o som, tudo ficou bem mais fácil.
Input list é a relação dos canais da banda (instrumentos e vozes) que devem ser ligados nos seus respectivo lugares.
Siba - Input List.

Essa relação está dentro do Rider Técnico do artista, que contém muito mais detalhes, e que é enviado com antecedência para a produção do evento.
Por causa disso não usei a cena de Siba do dia anterior, mas poderia ter usado, se eu resolvesse mudar a ligação dos canais digitalmente na mesa se som.
A equipe do palco seguiria o input list de Siba, e eu mudaria digitalmente essas entradas dos canais da cena do dia anterior, porque não iriam bater com a relação dos canais que a produção de Olinda recebeu.
EX: A voz de Siba no input list dele é no canal 16, mas no show anterior essa voz foi ligada no canal 31.
Caso eu usasse a cena do show de Siba do dia anterior, eu poderia ir no canal 31 dessa cena do Pátio, e indicaria digitalmente para ele receber o sinal da entrada 16, que era onde o pessoal do palco iria ligar o microfone da voz dele, seguindo o input list normal do show.
Poderia fazer isso em todos os canais, mas...
Funcionaria numa emergência, mas o risco de dar confusão é absurdamente alto!
Por isso resolvi usar uma cena nova, seguindo o input list original de Siba.
Fiz essa mudança digital nas vias dos monitores, mas nos canais achei que iria complicar mais do que ajudar.
Do mesmo jeito que existe o Input List, tem também o Output List, onde indicamos as saídas da mesa com suas respectivas vias de monitor para os músicos.
Abaixo mostro o Output List de Otto e Siba.



Vão notar que é completamente diferente, pois cada um foi feito por um técnico, que não foi eu.
(Depois vi que o Rider de Otto foi eu que montei)
Quando sou eu que faço o Rider Técnico para um show que eu vou operar o som, já coloco as vias do jeito que eu sempre usei, desde quando fazia o monitor da Banda Versão Brasileira, em meados dos anos 90.
Que é assim: 1- Centro (cantor) / 2- Baixo / 3- Guitarra / 4- Teclados / 5- Percussão / 6- Bateria / 7- Subgrave Bateria... Se tiver mais músicos, escolho o que vou colocar na via 8 em diante.
Mas uso esse output básico até hoje, pois não preciso olhar anotações nem pensar muito na hora do show, para saber qual o músico está usando a via 6. Vai ser sempre o baterista.
Como vocês notaram nas duas imagens acima, o output de Otto é totalmente diferente do de Siba.
Nenhuma via de um coincide com a via do outro, né?
Diferentemente do que fiz no Pátio, aqui eu tinha uma cena para cada show, seguindo à risca os Riders dos artistas., inclusive nas vias de monitores.
E não foi coincidência o output de Otto ser parecido com o que uso sempre, pois eu montei o Rider dele para o carnaval, conversando com o produtor para ver como seria esse show.
Show de Otto na Praça do Carmo - Olinda - PE.

Depois de receber os detalhes, aproveitei o mapa de palco e coloquei as outras informações.
E como eu fiz com as vias em cada show?
As vias ficaram na mesa exatamente como estavam nos riders das três bandas!
Eu só mudei digitalmente por onde cada via ira sair da mesa.
Seguindo o output de Otto, onde todos os monitores estavam marcados, fiz as mudanças digitalmente na mesa.
Qual era a via de monitor do baterista em Siba? Via 1 (Out 1).
Mas em Otto eu usava a via 6 (Out 6) com o monitor 6.
Então meu amigo Todo Duro, um dos responsáveis pelas ligações no palco, levou o mesmo monitor 6 para o baterista de Siba que estava saindo pelo out 6 da mesa pela via 6.
Então fui na via 1 da mesa na cena de Siba, que era a via do baterista, e coloquei o out 6 para essa via 1.
Não precisou desconectar/conectar cabo algum na mesa.
Fiz a mudança digitalmente.
Todo Duro poderia levar qualquer via com seu monitor para o baterista de Siba, que eu mudaria no patch digital da PM5D.
E mesmo sem ter a via de subgrave para a bateria no Rider de Siba, colocamos a mesma via 7 (Out 7) de Otto para o baterista de Siba também, usando a única caixa de subgraves disponibilizada para esse serviço.
Fiz essas mudanças digitais das vias em Siba e também na cena da banda Mombojó, que fez o soundcheck com banda completa antes do show.
Como eu salvei as equalizações dos monitores (vias) e side na biblioteca da mesa durante os ajustes para Otto, quando eu chamava a cena do outro artista, era a primeira coisa que eu fazia; colocava as equalizações nas vias e no side da nova cena.
Eu não ia checar novamente monitor por monitor. Eram os mesmos!
Espero que eu tenha conseguido explicar direito isso.
Quem é da área deve ter entendido perfeitamente.
Mas minha prioridade são os leigos. (Risos)
Pois foi isso...
Foi assim que eu fiz esses três shows no dia 12 de fevereiro em Olinda.
E no dia 13 eu usei o mesmo método nos meus três últimos shows do carnaval, sendo um com o Mestre Ambrósio, e dois com a Banda Eddie.
Os dois primeiros shows foram no mesmo palco em Olinda, com o Mestre Ambrósio e Banda Eddie.
Só que a Banda Eddie passou o som.
Mestre Ambrósio não.
Show de Mestre Ambrósio na Praça do Carmo - Olinda - PE.

Eu até já tinha passado a cena da Eddie para a mesa, mas recebi a notícia que me mandaram o rider errado, porque tinha um acréscimo de canais.
Mas deu para resolver rápido, coloquei esses canais depois do último.
Ajustei a cena no meu laptop, enquanto aguardava a nossa hora do soundcheck, e passei para a mesa via cabo USB quando chegou nossa vez de passar o som.
Não deixo de andar com o laptop nos meus trabalhos, mesmo sabendo que o risco é grande de perdê-lo num assalto.
Ele é uma ferramenta importante, que pode ser usado para transferir as cenas pra mesa, posso editar cenas no editor offline sem usar a mesa, como fiz com a Eddie, e também serve para converter cenas das mesas da Yamaha.
Sei que corro um risco, mas sempre levo-o comigo na mochila.
Ahhh! Usei a mesma cena do show de MA na Praça do Arsenal para iniciar esse show no palco de Olinda, que aconteceu antes do show da Banda Eddie.
Não preciso dizer que tanto no Arsenal, como em Olinda e no palco do Pátio de São Pedro, era uma PM5D da Yamaha no monitor, né?
Logo depois do show da Eddie, segui direto com a banda para o palco no Pátio de São Pedro onde ajustamos tudo na hora do show, sem passar o som.
Mas uma vez aceitei dois shows em palcos diferentes.
Nesse caso, eu iria sair com a van da Eddie de um palco para o outro, não tinha como deixar alguém na mão.
Chegando lá, na nossa hora, eu dei um LOAD na cena de Otto, que eu tinha deixado na mesa, e que estava por segurança ainda no meu cartão PCMCIA, mídia onde salvamos as cenas da PM5D.
Em cima dessa cena de Otto, ligamos os canais da Eddie, e distribuímos os monitores, que ainda estavam com as minhas marcações, pois avisei no meu primeiro dia que eu estive lá, que voltaria no último dia de carnaval.
O show começou meio agoniado, mas a gente foi ajustando as coisas no palco durante o show, e todos sobreviveram!!!
E foi no Pátio de São Pedro que fiz meu último trabalho nesse carnaval.
Até falei na longa introdução dessa postagem, lá em cima, que não iria entrar nos detalhes de cada show... Mas não tinha como deixar de falar como fiz esses trabalhos no carnaval.
Realmente não falei dos detalhes da cada show, mas mesmo assim ficou bem logo o texto.
Mas foram 14 trabalhos no mês de fevereiro... Então está até bom o "resumo longo"! (Risos)
Fazendo uma conta rápida, acho que o resultado foi bastante positivo.
Isso eu falo só dos shows no carnaval, viu? Vou deixar de fora o trabalho no Porto Musical.
(Que achei excelente, diga-se de passagem...)
Deu muito certo para quase todos os shows nesse período "de folia".
Uns acharam maravilhoso o resultado, e pelo que notei, dificilmente vão querer fazer soundcheck no próximo carnaval! (Infelizmente)
Soube que teve músico de banda que achou que deveria ter feito soundcheck antes... (Tem meu apoio)
Teve também artista agradecendo depois do show, mesmo sem passar o som, pois ele tinha se apresentado no mesmo palco no ano anterior, mas não levou técnico de som e foi um verdadeiro caos!
É muito bom ter o trabalho reconhecido.
Lógico que apareceram alguns "perrengues" técnicos, como via de multicabo com defeito, microfones "suspeitos"...
Na correria, melhor ligar MONO, porque é menos um cabo para dar problema... Coisas desse tipo.
Microfone headset que alugamos dando problema, mas foi no encaixe do plugue...
E teve meu erro absurdo no canal do bumbo no palco de Olinda!!!
Ainda bem que foi no soundcheck.
Essa eu tenho que falar também.
Perto do fim do soundcheck da banda Mombojó, o som do bumbo da bateria sumiu do palco!
Neno, diretor técnico do palco, olha pra mim e avisa que o bumbo sumiu!
Oxe. Olho para a mesa e tá lá o canal do bumbo modulando, mas realmente não tinha mais o som dele no palco e também no meu fone, quando eu dei o SOLO no canal.
Como pode?
Tá modulando na mesa mas não tem som?
Na agonia, fizemos coisas que nem deveríamos fazer, como trocar microfone, trocar cabos, trocar via de multicabo...
O canal estava modulando, então o som estava chegando na mesa.
Pode ser o DCA fechado. Não era, pois eu sabia que não estava usando canais no DCA.
O soundcheck já tinha terminado, mas a gente tinha que descobrir onde estava o problema (ou erro?).
Foi quando meu amigo Sandro Delay gritou: --- Olha o GATE!!!!!
Já fui para o gate quase com a certeza de que ele tinha acertado onde estava o erro.
Principalmente porque eu lembrei que estava mexendo nos compressores perto do momento em que o bumbo sumiu.
E o compressor fica ao lado do GATE.
Por um descuido, mexi no threshold do gate em vez do compressor, e acabei fechando completamente o gate (portão), impossibilitando a saída do som para qualquer lugar do palco, e para meu fone também, logicamente.
O som do microfone chegava no canal normalmente, mas eu estava processando esse sinal com o gate, equalizador, compressor, e esse sinal vai para todo canto processado, a não ser que você envie esse sinal por um caminho chamado DIRECT OUT, que vai do jeito que entrou na mesa, puro.
Se eu cortar todos os graves do canal no equalizador, todos vão ouvir o som sem os graves.
Se eu fechar completamente o gate, o som não vai sair.
E foi exatamente isso que aconteceu.
Já fui com a mão para o botão do threshold falando para todo mundo que a merda foi minha!
Erro resolvido!!!!
Foi um erro e não um problema.
Ainda bem que não foi durante o show!!!!
Eu já tinha me lascado uma vez operando o PA de Silvério Pessoa na Europa há muitos anos, por causa do VCA da mesa.
VCA mesmo! A mesa era analógica!!!!
DCA é em mesas digitais.
Não vi que o VCA estava desligado por causa do sol das 19h. (Escurece tarde mesmo)
Começou o show e cadê a trilha de abertura???
Mesma coisa. Canal modulando na mesa e nada de som.
Com o técnico gringo me ajudando, fazendo a sombra com as mãos em cima da mesa, foi que notamos que o VCA estava fechado!
Não dava pra ver a luz vermelha acesa (MUTE) com o sol batendo na mesa.
Sempre aprendendo.
Show de Mestre Ambrósio na Praça do Carmo - Olinda - PE.

Mesmo eu falando de muitas correrias aqui nesse texto, até uma que aconteceu quase duas décadas atrás, bem longe da minha casa, ainda achei que esse carnaval não foi tão corrido como o do ano passado!
Me safei. (Será?)
Podem acreditar!
Até vinho eu bebi no sábado de carnaval no sofá da minha casa, com queijinhos, azeitonas e salaminho...
Em pleno sábado de carnaval? E ainda porque eu escolhi não trabalhar no Galo, né?
Oxe. Foi relax demais!
Um abraço a todos.

PS: Mas a pergunta que não quer calar: Por que as empresas de som não colocam os equipamentos que estão no documento da licitação?

PS2: Que resumo longo da porra!!!! Foi mal. Me empolguei...

sexta-feira, 15 de março de 2024

Mudança de Palco 126 - O Castelo de Vidro.

Olá pessoal.
O que é isso?
Um espaço para shows?
Não.
É um filme!
Oxe! Um filme?
Eu sei... Eu sei... Que eu já disponibilizo uma lista sempre atualizada dos filmes que eu vi e achei legal, eu sei...
Esse filme, baseado em fatos da vida da escritora Jeannette Walls, está nessa minha lista faz um bom tempo, como podem ver na foto abaixo.

Clique na imagem para ampliar.
Nesse exato momento, essa lista está no número 0358.
Quem quiser ver ou baixar essa lista, clique AQUI.
Mas hoje eu estava dando uma passeada pela Netflix, tentando achar algo pra ver, quando vi o aviso que esse filme iria sair do catálogo.
Nem estava nos meus planos me estender hoje na noite, porque amanhã viajo para João Pessoa com a banda Academia da Berlinda.
Mas só vou me encontrar com van depois do meio-dia.
Ou seja... Deu tempo para um vinho hoje!
Fui dar uma olhada pra conferir se eu já tinha visto, pois o título não era estranho.
Minha memória está mais fraca do que o ataque dos times de futebol de Pernambuco!
Tanto já tinha visto, como minha avaliação para o filme estava como "Adorei".
Não lembrava de quase nada da história, e resolvi ver de novo!!!
Dando umas aceleradas nas imagens de vez em quando, logicamente.
O filme realmente mereceu a avaliação que eu deixei lá marcada.
Fui conferir aqui no Blog se eu já não tinha indicado esse filme numa postagem.
Nada!
Para mim, vendo novamente, continuo achando que é um grande filme, contando uma grande história.
Por causa disso, resolvi indicar ele numa postagem única, pois uma lista é simplesmente uma lista, e esse filme vai sair do catálogo da Netflix.
Acho um absurdo sair simplesmente do catálogo, mas...
Não vou entrar nessa discussão.
Junte a família, prepare a pipoca, e divirtam-se!
Mas não é comédia!
É uma história dura de uma família, que pode passar alguma mensagem para alguém.
Não tem que ser uma comédia para eu me divertir.
Diversão vai muito mais além do que risadas.
Uma braço a todos.

terça-feira, 12 de março de 2024

Dica dos Amigos 025 - Personal Mixer P16 da Behringer.

 
Olá pessoal.
Alguns anos atrás (não me recordo quantos), um leitor do Blog me perguntou se existia uma maneira do músico fazer sua própria mixagem de monitor num show.
Ainda dei uma olhada no Blog para ver se encontrava essa pergunta do leitor, que acho que ele fez no comentário de alguma postagem, mas não encontrei.
Faz muito tempo mesmo.
Nem lembro qual o sistema existia na época.
Acho que era o Aviom.
Resumindo... Ele perguntou isso e eu respondi que existiam vários sistemas no mercado chamados de Personal Mixer, mas eu nunca tinha trabalhado com esses sistemas.
Abaixo mostro alguns desses sistemas, de vários fabricantes.
Clique nas imagens para ampliar.
P16-M da Behringer.

16M da PreSonus.

M-48 da Roland.

A640 da Aviom.
Pois bem...
Conheci essa semana a página de Daniel Costa no Instagram (@costadaniel), e nela tem uma explicação bem legal sobre um Personal Mixer chamado P16 da Behringer.
Mesmo o equipamento não estando ligado, dá para entender bem como funciona.
Segue o vídeo, que sempre coloco no meu canal do YouTube.

Legal, né?
Até hoje, nunca me deparei com esses sistemas, e até sei o motivo.
Geralmente encontramos esses equipamentos em instalações fixas, como igrejas, ou com bandas que viajam com equipamentos próprios.
Dificilmente vou encontrar esses equipamentos num evento onde vou como técnico de uma banda.
Uma empresa de som não vai investir nisso.
Particularmente, acho poucos canais para meus trabalhos, mas como Daniel fala no vídeo, o técnico pode enviar também os auxiliares da mesa de som para qualquer canal do P16.
Só para esclarecer... O que é enviado (canal de instrumento ou via auxiliar) para um sistema P16, vai igual para os outros.
Ex: Se ele envia o bumbo da bateria para o canal 1 do P16, esse bumbo vai para todos os canais 1 de todos os P16 ligados.
Mas cada músico faz a mixagem que ele quiser para seu fone, sem interferir nos fones dos outros músicos.
Sei que muitos colegas e amigos do ramo que estão lendo, devem pensar: --- Eu sei Titio, isso é uma informação básica!
Lembrem que não escrevo esse Blog para técnicos, e sim para pessoas que nem imaginam como funciona um show.
Também sempre penso em quem está começando na dura caminhada em shows e eventos, quando decido fazer uma postagem.
Como essa daqui.
Acho que até hoje tem gente que não sabe que existe esses sistemas individuais de mixagem de monitor nos shows.
Se essa postagem ajudar uma pessoa, já está valendo a pena.
Obrigado Daniel pelo vídeo, e tenho certeza que vou colocar outras dicas suas aqui no Blog.
Um abraço a todos.

quinta-feira, 7 de março de 2024

Dica dos Amigos 024 - Place it da Soundly.

 
Olá pessoal.
Mais uma vez recebi um vídeo do Fred Teixeira no Instagram, onde ele fala sobre o plugin "Place it" da empresa Soundly.
PLUGIN ou PLUG-IN = É um programa de computador usado para adicionar funções a outros programas maiores, provendo alguma funcionalidade especial ou muito específica. (Fonte: Wikipédia)
Dando uma olhada rápida no site da empresa, notei que eles produzem ferramentas para quem trabalha com Sound Effects (Efeitos Sonoros).

O Place it é apenas uma das ferramentas.
Segue o vídeo do Fred Teixeira, que já coloquei na minha página do YouTube, onde ele dá uma breve explicação sobre o plugin.
O conceito é bem simples, como Fred já adianta no vídeo.
Emular (simular) o som de vários dispositivos em vários ambientes, como o som dos falantes de um laptop que está dentro de um banheiro.
Baixei e instalei o Place it no meu laptop, para usar no meu Cubase.
Place it dentro do Cubase.
Testei rapidamente a ferramenta, e posso afirmar que ela é muito boa!
Posso até dizer que é excelente!
Já vem com alguns "presets", mas o usuário pode combinar vários dispositivos sonoros em vários ambientes.
Show de bola!!!!
Principalmente para quem trabalha com "sound design" em filmes e/ou peças publicitárias.
Clique na imagem para ampliar.
E ainda para melhorar, não esqueçam, o plugin é gratuito!!!
Aproveitem.
Não vão se arrepender.
Quem quiser baixar o plugin, só clicar AQUI.
Obrigado Fred Teixeira por mais uma dica.
Ahhh... Obrigado Bruno por ter me enviado o vídeo.
Vou até dar uma olhada nos outros vídeos de Fred no Instagram, para peneirar outras dicas legais!
Um abraço a todos.

sexta-feira, 1 de março de 2024

Show de Martins no Segura o Briefing - Dessa vez a famosa frase não funcionou.

 
Soundcheck. (Foto by Sibely Marques)








Olá pessoal.
Qual a famosa frase?
"Infelizmente, é o que temos".
Falei dela recentemente na postagem sobre as licitações do sistema de som para festas públicas, lembram?
Aqui ela apareceu novamente, só que numa festa privada.
É muito famosa essa festa, que é produzida pelo pessoal que trabalha em agências de publicidade.
Peguei o contato do produtor da festa e da empresa de som, e fui acertar os detalhes.
Hoje não estou afim de escrever muito.
Só quero deixar registrado o trabalho, para mostrar que tem como melhorar "a coisa", para não perpetuar essa frase famosa, que virou moda atualmente.
Nem vou entrar em muitos detalhes...
Depois de conversar com o técnico da empresa de som, notei que o equipamento era bem aquém do que eu iria precisar, e já estava tentando marcar um horário para fazer uma visita técnica ao local do show, para ter a certeza que era pouco equipamento para muito espaço.
No transcorrer da conversa com o técnico, fui ficando mais preocupado, porque a qualidade do material não era de "primeira linha", o que iria tornar tudo mais complicado.
A mesa não suportava a quantidade de canais do show, eu teria que cortar canais etc etc etc.
E eu ainda tinha certeza que eram poucas caixas no PA para o tamanho do espaço.
O técnico me passou que seria 1 caixa amplificada e 1 caixa de subgrave por lado, e só teria duas caixas para a monitoração dos músicos, pois o resto seria vias de fones.
Quando o técnico foi me passando as marcas e modelos dos equipamentos, inclusive dos microfones, notei que deveria falar com a produção para tentar melhorar o sistema.
Fui então falar com o produtor do evento, que se chamava Fernando.
Graças "ao bom deus", em nada se parecia com outros produtores de algumas festas que comentei aqui anteriormente!
Conversando com ele por telefone, passei meu ponto de vista, dizendo que precisaria de outros equipamentos... Eu achava que o material que estava sendo disponibilizado não daria para cobrir o espaço na sonorização, que precisaria do dobro de caixas para o PA, monitores para os músicos etc, etc, etc...
Antes de completar todo o meu raciocínio, ele me interrompeu:
--- Titio, a empresa de som contratada já recebeu pelo serviço. Mas... Me passe suas necessidades que a gente resolve tudo! (Tomei até um susto!)
E realmente, tudo foi resolvido!!!!
Dei a sugestão de pegar os equipamentos com a L&R Som, que fez a prévia do  Eu Acho É Pouco em Olinda, quando eu operei o som do show de Martins, e que eu sabia que tinha tudo o que eu iria precisar para esse trabalho na festa do Segura o Briefing.
Tanto na quantidade como na qualidade.
Fernando já conhecia esse fornecedor que eu indiquei, e me deu carta branca para acertar os detalhes.
Liguei para Ricardo, proprietário da L&R Som, e perguntei se ele teria como fazer esse evento, levando o mesmo material do último trabalho que fiz com ele em Olinda, mudando somente as caixas do PA, pois nesse novo local não daria para colocar (e não era necessário) o mesmo sistema usado em Olinda, que aconteceu numa quadra de esportes.
Eu só queria o PA dobrado, com 2 caixas e dois subs por lado.
Nessa conversa, ele me falou que já fez eventos no local, e muitas vezes os organizadores montavam o palco na lateral do salão, e que não era o ideal.
Combinei então com ele para que o palco ficasse no fundo do salão, fazendo com que as caixas do PA cobrissem sonoramente toda a extensão do espaço.
Ok, falou Ricardo.
E completou: ---Vou levar o mesmo material que você usou em Olinda, e vou levar 4 caixas e 4 subs para o PA, tudo da JBL.
PRX 625 da JBL.
E assim foi! (Uh Uhhhh)
PRX 618 da JBL.
Por causa disso, organizei o mesmo método de trabalho que usei em Olinda, onde dupliquei os canais da LS9, e Rafael (que estava pela empresa de som) fez o monitor usando os canais 33 à 64.
Pra ser mais exato, foi a mesma cena do show em Olinda!!!!
Logicamente, "zeramos" alguns ajustes para encaixar as coisas nesse novo show em um novo ambiente.
Quando cheguei no local, só pedi para suspender um pouco mais as caixas do PA, no que fui prontamente atendido.
Passamos o som, e não voltei para casa.
Almocei perto do local, e esperei pelo início do show, que seria bem cedo, começando às 17h.
Bem perto do horário, achei que não iria dar muita gente, pois não vi muita movimentação ao redor do local...
Acho que todo mundo combinou para chegar na mesma hora!!!
Estava completamente lotado o lugar quando o show começou.
E enquanto eu operava o som do PA usando o iPad no meio do público, pensei:
--- Fiz a coisa mais certa do mundo quando mudei o sistema, solicitando também para dobrar as caixas do PA!!!
Muito provavelmente, com a quantidade de gente dentro daquele espaço, se fosse o sistema disponibilizado no início do contato, não daria para suprir a necessidade para o público escutar bem o som do show de Martins!
No outro dia, mandei mensagem para Fernando, agradecendo pela ajuda e apoio para meu ponto de vista sobre o sistema de sonorização.
E ele respondeu:
--- Foi lindo!!!! Vocês arrasaram!!!!
Como é bom ouvir isso depois de um trabalho, onde eu fui agradecer, e acabaram me agradecendo.
Que bom que o produtor não era adepto da frase famosa!!!!
Fez toda a diferença!!!!
Que apareçam mais produtores como Fernando.
E que a gente escute cada vez menos a famosa frase "Infelizmente, é o que temos".
E o show?
Foi mais ou menos assim...

Um abraço a todos.

PS: Quem me conhece já sabe... Não cobro e não aceito gratificações para indicar empresas de som para os eventos, trabalhando ou não nesses eventos.